Alfredo acorda quando Luana Piovani grita com Rodrigo Santoro.
Luana Piovani – Não quero mais nada com você. Você transou com a minha mãe.
Rodrigo Santoro – Mas eu não sabia que era sua mãe, e... Mas que droga! Eu não transei com sua mãe. Eu amo você.
Luana Piovani – Vá embora. Saia daqui. Deixe-me em paz.
Alfredo abre um olho e fica assistindo Suave Veneno. Ele está só de cueca, estirado no sofá. Letícia, sua mulher, sentada na beirinha, enrijece o corpo ao perceber que ele está acordado. Dá comercial e ela se levanta. Não diz uma palavra. Entra no banheiro e senta-se no vaso.
Letícia – (falando baixinho ao leitor) Sempre que entro no banheiro, a pretexto de urinar, dou descarga. Não quero que ele pense que entro no banheiro porque estamos brigados, somente para me isolar. Às vezes rasgo o papel higiênico, abro e bato a tampa do balde de lixo com força e depois lavo as mãos. Tudo isso para justificar uma simples mijada que, em verdade, nem dou. Ouça: é o plim plim. Agora, puxo a cordinha da descarga, rasgo o papel higiênico, abro o balde de lixo e bato a tampa com força, lavo as mãos e saio. Sou toda indiferença. Pego uma cadeira e me sento. Uso de estratégia ao colocar a cadeira do lado de sua cabeça. Daqui, posso vê-lo, e, o que é melhor, não sou vista”
Alfredo não se levanta logo. Dá um tempo, para mostrar-lhe que, mesmo sendo observado, está à vontade.
Rodrigo Santoro – Precisamos conversar.
Letícia – “Não quero conversa com você.”
Luana Piovani – Já conversamos tudo o que tínhamos para conversar (e dá-lhe as costas).
Alfredo – Está retada comigo.
Rodrigo Santoro – Não pode ser assim. Não pode ser assim. Você precisa me dar uma chance. Eu amo você.
Rodrigo Santoro tenta abraçá-la, por trás.
Luana Piovani – Não! Por favor, não! Vá embora! Vá embora! (e enfia as mãos nos cabelos, desesperada).
Letícia – “Cachaceiro sem-vergonha”
Rodrigo Santoro saí. O rosto de Luana Piovani aparece em close. Uma lágrima escorre pela face.
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